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domingo, 27 de dezembro de 2009

Candeia

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O céu parece um grande barracão alugado e cheio de peças pequenas no nanquim resistente ao limiar dos dias. Prefiro vê-lo e ficar pensando, com algum tempo... Ele não foi abandonado. Numa insônia imensa São Francisco de Assis esculpiu o céu de Belém com anjos e santos num presépio... Linde pequena e talvez suficiente para eu ver detalhes das escassas promessas feitas ao nascer. Luz... Abismo, só do corpo que carrega bagaços e tendões, além, da solitária língua presa na garganta.Sei do meu pranto e da minha servidão determinada de me colocar em sua memória e até supor que lhe lavaria à noite os pés. Ainda que tarde, compreendi algo diferente e perfeito do que foi dito e escrito. Nessa planura é que volto ao presépio, como o sinal de um triunfo da vida sobre a morte. Só faço questão de não acompanhar a agonia e nem a morte, embora já bebi vinho e tive fome de repetir seu nome diante de muitos, e se tornar estranho e sem significado. Mas sempre a alegria esperada chega de alguma outra parte- e chegou- diante da Igreja do Rosário quando o sino tocou , meio-dia, não sei bem se ouvi, vivo só, quando tão intimamente passo entre os arranha-céus. Os caminhos se cruzam assim: Aos olhos nada cegos de São José, esperando-me ver vestida de Rei Mago “Eu trago mirra”, meu amor, o perfume, alguns já mal sustidos feito o “ pum das vacas” ou “Cop-15” cheio de cuidados excessivos que nos prejudicam deixando “nossa casa” cheirando forno quente e usado. Não sei de momentos certos e muitas vezes dobrei cartas com pedidos e envelopei aos trilhos de Cassiopéia, Orion, Escorpião. Penso, como pude ficar noites adentro distribuindo sorrisos e carinhos a quem jamais me olhou na cara...É um tipo de passagem no tempo que não esquece de ninguém, e Ele sempre vem. “Quem me diz que não?”
“Meu anjo, suas asas naturais faz-me sentir nítidas suas partes e continuação do teu corpo humano, iluminado de veias azuis, responsável pelo vôo e elevação de maneira alada, feito animal apertado e enamorado nos alpendres de subir e descer. Peço-te gestos sumarentos e o que vejo nas tuas omoplatas são acenos longos.. Acalmaria...Teu canto agudo faz pálida as penas que encheu o vale das águas, onde foi escrito a história de cada um. Fico eu e teu poema, saltado do inverso da tua alma....Quando ele acabar, eu também terei me consumido.

“Então foi Natal”.

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