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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Kingdom

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amo esse reino dos sonhos
onde você ainda cresce

essa luz nos meus olhos
onde você aparece

estar ainda viva
que assim a vida não te esquece

(Alice Ruiz)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Meus versos de estimação

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L A D A

Entro por portas travessas, apetrechada por poucas palavras, não ligadas. Soltas, como em banho quente quando acontecem coisas molhadas e nem tão exatas. Condene-me, não importa, um naviforme oblongo absorver-me-á. Curto o que tenho... Há um pouco de tudo entre abarcamentos, surtos até comas, por que... Vivo, perto, num quase ali, ao dobrar da esquina da avenida “Las Missiones”.

Infiltro-me lenta por entre as destruições dos cantos sem o palor que vem dos segredos longíquos, até mesmo aqueles: vermelho, cravo, interior do fogo, onde meus dentes brilham.

Engastada nas tuas palmas, toda poesia é um estado da alma, aqui e lá nas encostas mais altas onde amo de forma diferente o azul da tua sunga: eu preparei a tinta e a misturei em mim... Por este mundo que não acaba, embora nos olha passar na pirambeira cheia de ondas, deambulando quase sempre pelo “oito” esperando sempre o momento dos “oitenta”...É parecido com a brincadeira de Xangô quando troveja, deixa nos lábios sumarentos água doce das festas esponsais e prazer em águas cheias onde nossos corpos se engatam com odor de salitre e colônia...Meu Capitão das Águas, te vejo claro “à sombra de uma azinheira”, tens o sabor das marés, inda que pouco sei de pétalas e águas, apenas “Guardei um cravo pra ti”...Designado para que dure...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Noite sem conversa e uma chuva absurda caindo do céu...

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Se eu apertar com bastante força meus lábios, conterei meu choro. Sem ar, tiro-me o fôlego...mas não morrerei.
Chorar é delicado, ou... Não. Também não é bonito, mas faz parte da vida, faz parte do mundo...Qual é o mundo do choro? Ser forte e compreender que ele nos tenta a atirar-nos prá longe, com seu simples toque. Agora, ele está aqui, face a face comigo, colado ao meu corpo, tenso por cada músculo estirado feito pano desbotado e puído. Ele se ajeita em mim, ajeita minha cabeça e parece tentar me equilibrar dentro de um soluço, diante de alguma coisa que não consigo ver. Emoldura-me num mundo como se ele-espelho para mirar-me. As avessas tropeço no seu “nunca mais!” que dói-me tanto quanto um nunca mais...Confortavelmente no meu rosto comprido, fino e melancólico...um rosto de mulher comum te vejo “distante”, como no primeiro dia. Um Hábito emoldura meus contornos, é o choro de um único movimento... Escorre cansado, babando buscas e gemidos altos. Sei da minha fragilidade, é do tamanho de todos os espaços. Mas sei também que divido com o choro, a verdade que se reparte em tudo... que é tanto. Assim tenho “você minha verdade inteira” e a nudez maior dentro das minhas perguntas mudas.

Happy New Year

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sábado, 8 de janeiro de 2011

Dream

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Não pondero, sonho.

Não me sinto inspirado, deliro."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Depoimento

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Sem me sentir inibida te pergunto:
“É assim flor? é?”
E como se pensasse que pudesse te ensinar distendo meus braços, te falo:
“Flor é assim, olha!”
Fico a riscar com os pés um círculo ao redor do teu corpo e ante seu olhar, zaranzo o meu tão assinado trato no seu lábio lavado.
Cerco a roda com pétalas longas e curtas, revezada te sussurro deitada entre elas:
“Olha a compridez do cabo que eu faço!”
Risco meu sorriso no ar e acalco meus olhos nos teus, sem piscar,ardem. Simetrizo falha, defeitos e vícios, em nós entrochado...
“Assim, Bonita assim, me olha!”
Como se escorrendo salivas poéticas de duas folhas largueironas, penso preencher o vazio de tuas mãos. Enfio-as absorta no ar, insisto uma riscagem descontinua...
“Faz um traço aqui”; “Romântico é deixar ramos para aportagem e talos imersos n’água para germinar”...Volteio como se fosse possível passar para outra esfera e encavalhada nos chumaços das tuas rilhaduras ouso meu último acromo sem razão... Choruda, amolento meu olhar e enfio pela minha boca feito folha de amoreira, o foi e o que será, quase vejo lírios nas folhas amarelas dos velhos poetas e ouço girando no ar de machado, um surdo metal da voz...
“Poda!”

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Já não
temo fantasmas invoco a todos
que venham em bando
atormentar minhas noites

Entre tantos
loucos e livres
existe um que é doce e que me falta...

Alice Ruiz