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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Depoimento

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Sem me sentir inibida te pergunto:
“É assim flor? é?”
E como se pensasse que pudesse te ensinar distendo meus braços, te falo:
“Flor é assim, olha!”
Fico a riscar com os pés um círculo ao redor do teu corpo e ante seu olhar, zaranzo o meu tão assinado trato no seu lábio lavado.
Cerco a roda com pétalas longas e curtas, revezada te sussurro deitada entre elas:
“Olha a compridez do cabo que eu faço!”
Risco meu sorriso no ar e acalco meus olhos nos teus, sem piscar,ardem. Simetrizo falha, defeitos e vícios, em nós entrochado...
“Assim, Bonita assim, me olha!”
Como se escorrendo salivas poéticas de duas folhas largueironas, penso preencher o vazio de tuas mãos. Enfio-as absorta no ar, insisto uma riscagem descontinua...
“Faz um traço aqui”; “Romântico é deixar ramos para aportagem e talos imersos n’água para germinar”...Volteio como se fosse possível passar para outra esfera e encavalhada nos chumaços das tuas rilhaduras ouso meu último acromo sem razão... Choruda, amolento meu olhar e enfio pela minha boca feito folha de amoreira, o foi e o que será, quase vejo lírios nas folhas amarelas dos velhos poetas e ouço girando no ar de machado, um surdo metal da voz...
“Poda!”

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